As misteriosas sementes que alguns brasileiros relataram ter recebido pelos correios com remetentes chineses nas últimas semanas, num processo semelhante ao observado na Europa e nos EUA, também possuem origem em outros países asiáticos, como Malásia e Hong Kong, segundo informou nesta quinta-feira (1/10) o Ministério da Agricultura. De acordo com a pasta, 181 pacotes já foram enviados para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA). “Até o momento, ainda não é possível apontar os riscos envolvidos”, afirma o Mapa em nota.
Ao todo, 17 Estados e o Distrito Federal já registraram casos relacionados a sementes ilegais: Alagoas (AL); Amapá (AP); Bahia (BA); Ceará (CE); Goiás (GO); Mato Grosso do Sul (MS); Minas Gerais (MG); Paraná (PR); Pernambuco (PE); Rio de Janeiro (RJ); Rio Grande do Sul (RS); Rio Grande do Norte (RN); Rondônia (RO); Roraima (RR); Santa Catarina (SC); São Paulo (SP) e Tocantins (TO). Por lei, a entrada de sementes no Brasil só pode ser originária de fornecedores de países com os quais o Ministério da Agricultura já tenha estabelecido os requisitos fitossanitários e o material deve ser certificado pelas autoridades fitossanitárias do país exportador.
“A importação de vegetais sem autorização pode facilitar a entrada de pragas ou doenças que não existem ou estão erradicadas no país, além de causar prejuízos econômicos. Para evitar o risco fitossanitário, o Mapa atua no controle do e-commerce internacional com equipe dedicada a fiscalizar e impedir a entrada de material sem importação autorizada no país”, explica o Ministério da Agricultura ao reiterar os pedidos para não plantar ou descartar as sementes. A orientação da pasta é de que as sementes sejam encaminhadas a uma de suas unidades estaduais ou aos órgãos de defesa fitossanitária locais.
“O Ministério, antes de autorizar a importação da semente de determinado país, realiza análise de risco de pragas para identificar quais pragas podem ser introduzidas por aquelas sementes. A partir disso, ficam estabelecidas medidas fitossanitárias a serem cumpridas no país de origem para minimizar o risco de introdução de novas pragas no Brasil por meio da importação desse material”, lembra o Mapa.
Fonte: Globo Rural