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Camarão do Equador Invade Brasil e Prejudica Produção no Nordeste

Foto: Reprodução

A produção de camarão em cativeiros, seja de água do mar ou doce (prática conhecida como carcinicultura), vem crescendo continuamente no Nordeste. Desde 2023, no entanto, a concorrência crescente da mercadoria importada do Equador coloca em risco a criação, principalmente em fatores sanitários e econômicos.

O assunto foi tratado na ExpoCamarão 2024, evento que reúne produtores de camarão de vários estados do Nordeste. A ExpoCamarão acontece desde a última quinta-feira (6) e se encerra neste sábado (8) durante a PEC Nordeste, maior feira agropecuária indoor do País, realizada no Centro de Eventos do Ceará.

Dados de janeiro da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC) evidenciam que, nos últimos oito anos, triplicou o volume, em toneladas, de camarão produzido no País. No recorte da série histórica, o Ceará e o Rio Grande do Norte aparecem como os maiores produtores de camarão da região Nordeste. A região foi responsável, no ano passado, por quase 98% da carcinicultura nacional.

Conversando com o engenheiro em aquicultura especialista no setor da carcinicultura, Jonathas Sales expressou sua preocupação: “Nós ficamos bastante preocupados, pois esse setor representa muito para a nossa região, principalmente o Rio Grande do Norte, que é um dos maiores produtores do país, perdendo apenas para o estado do Ceará. Com a importação de camarão de outro país, além de atrapalhar o mercado interno, corremos riscos de prejudicar nossa produção. Esperamos que as autoridades criem incentivos e soluções para esse problema.”

Com relação à produção de camarão no Nordeste, o Ceará é o maior produtor nacional, com 61,3 mil toneladas, representando 54,1% do total produzido no País. Na sequência, vem o Rio Grande do Norte com 25,2 mil toneladas (22,2%) e a Paraíba com 7,2 mil toneladas (6,4%).

Ao longo de todo 2023, o País importou 880 toneladas de camarão, sendo 740 toneladas do Equador (84,1% do total). Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Rondônia foram os estados que compraram o produto estrangeiro.

Foto: Reprodução

Na última segunda-feira (05/02), o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) recebeu o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Sr. Itamar de Paiva Rocha, para discutir as preocupações sobre a importação de camarões do Equador, devido à constatação da Síndrome da Morte Súbita no país – Early Mortality Syndrome (EMS), uma doença bacteriana que afeta camarões e aumenta as taxas de mortalidade em seu cultivo. A enfermidade representa uma ameaça global à carcinicultura.

A ABCC apresentou suas preocupações com os riscos sanitários dessas importações ao Ministro André de Paula (MPA) e protocolou um documento sobre o assunto para o Ministro Carlos Fávaro, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Segundo o Sr. Itamar Rocha, essa situação representa um alto risco para os crustáceos brasileiros, afetando a biodiversidade, a segurança alimentar do país e a economia do setor.

Por: Adeilton Silva / Portal Agro Sertão

Postado em 8 de junho de 2024

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