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Indústria de proteína animal pede ajuda ao governo e prevê alta “inevitável” nos preços

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou nota nesta segunda-feira (24/5) solicitando sete medidas ao governo federal para fazer frente à alta nos custos de produção do setor, em especial com milho e farelo de soja.

A entidade avalia que “um quadro de forte especulação” atingiu o setor e pede igualdade de condições na importação de grãos.

“Hoje é muito mais fácil embarcar grãos para o exterior do que importar”, afirma a associação ao reivindicar, além da suspensão temporária da cobrança de impostos de importação, a criação de um sistema oficial de informação antecipada sobre exportações futuras de grãos.

“Para evitar que o quadro se agrave ainda mais, as representações setoriais solicitaram ao governo medidas para que o setor de proteína animal do Brasil tenha igualdade de competição pelos insumos em relação ao mercado internacional, evitando a desindustrialização e a perda de postos de trabalhos, especialmente em cidades no interior do país. Ao mesmo tempo, as representações buscam a redução da desigualdade de condições que existem entre importar e exportar os grãos”, aponta o documento.

Segundo a entidade, embora já haja desoneração da tarifa para importação de soja e milho, medida adotada desde o ano passado, a isenção do tributo não garantiu a “viabilização técnica” das importações.

Do lado tributário, a ABPA solicitou ao governo a suspensão da cobrança do imposto Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) sobre a importação destes insumos de países não-integrantes do Mercosul e a suspensão temporária de cobrança de PIS e COFINS para importações provenientes de países extra-Mercosul para empresas que não possuam incentivo fiscal e sobre os fretes realizados no mercado interno.

Também estão na lista de reivindicações o financiamento para construção de armazéns, políticas de incentivo de plantio de milho e de cereais de inverno e a viabilização emergencial das importações de milho e de soja para uso em ração animal.

Num contexto de baixos estoques mundiais e aumento expressivo da demanda, sobretudo da China, as duas commodities têm apresentado valorização expressiva em dólares. No Brasil, a desvalorização cambial tem favorecido as exportações, o que pressiona para cima os preços em reais.

No caso do milho, a valorização do grão chega a 100% na comparação anual. Na soja, essa alta passa de 60%. Juntos, os dois insumos respondem por cerca de 70% dos custos de produção da indústria de proteína animal, que também reclama da alta do diesel (+ 30%), das embalagens de papelão (+60%) e das embalagens rígidas e flexíveis (+ 80%).

“O consequente e inevitável repasse ao consumidor já está nas gôndolas, mas em patamares que ainda não alcançam os níveis de custos”, afirma a ABPA ao alertar que “a carne de aves, de suínos e ovos que hoje estão com preços mais elevados foram produzidos utilizando grãos adquiridos em 2020 – quando os valores por tonelada eram menores”.

“Por isto, novas elevações de preços deverão alcançar a população brasileira nos próximos meses, em um momento crítico para a renda e para a segurança alimentar de nosso país”, destaca a entidade representativa, que reúne entre seus associados gigantes do setor, como BRF e Grupo Mantiqueira.

Fonte: Globo Rural

Postado em 25 de maio de 2021

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