O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (2) que pretende separar o imposto cobrado pela nova reforma tributária pelo tipo de carne. Segundo ele, cortes “chiques, de primeiríssima qualidade” devem ter um imposto adicional, pois “o cara que consome pode pagar um ‘impostozinho'”. A declaração foi feita em entrevista à Rádio Sociedade, de Salvador (BA).
Lula defendeu que a cesta básica inclua apenas cortes específicos de carne, considerando o consumo das populações mais pobres. A lista de produtos da cesta básica, que terão impostos reduzidos ou zerados, está sendo discutida na regulamentação da reforma tributária aprovada pelo Congresso em 2023. A inclusão de frango e carne bovina na lista será debatida pelo governo e parlamentares.
“Eu sou favorável [às carnes na cesta básica]. Já conversei isso com Haddad, já conversei isso com Galípolo, já conversei com pessoal do Tesouro”, afirmou Lula. Ele destacou a importância de diferenciar os tipos de carne. “Você tem carne chique, de primeiríssima qualidade, que o cara que consome pode pagar um impostozinho. Agora, você tem outro tipo de carne, que é a carne que o povo consome. Frango, por exemplo, não precisa ter imposto. Frango faz parte do dia a dia do povo brasileiro, ovo faz parte do dia a dia. Uma carne, sabe, um músculo, um acém, coxão mole, tudo isso pode ser evitado.”
Lula reforçou a necessidade de incluir carne na cesta básica sem impostos, com a possibilidade de selecionar os tipos de carne. “Eu acho que a gente precisa colocar a carne na cesta básica, sim, sem que haja imposto. Você pode separar a carne, você pode selecionar a carne. Vai comprar coisa importada, chique, tem que pagar imposto.”
O presidente reconheceu que não sabe se a ideia passará no Congresso e ressaltou que “a proposta do governo não é irrevogável, ela pode mudar”. Ele concluiu destacando a sensibilidade dos responsáveis pela política tributária em considerar a isenção de imposto para certos tipos de carne.
