Famosa pelo chope, cuja tradição vem do início do século XX, Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, entrou na rota de produção de vinhos finos na Região Sudeste. E a ciência quer contribuir com o sistema de produção de uvas, adaptando, validando e refinando práticas de Agricultura de Precisão (AP) para a vitivinicultura.
A Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP) iniciou um projeto de inovação aberta com a Vinícola Terras Altas, localizada no distrito de Bonfim Paulista, para a determinação de zonas de manejo em vitivinicultura – a Unidade já vinha desenvolvendo outros projetos para aplicação de AP em vinícolas de Itobi e Espírito Santo do Pinhal, ambas no interior paulista.
Durante trinta e seis meses, a pesquisa pretende determinar a variabilidade espacial de atributos do solo e da planta para propor um manejo diferenciado de práticas agrícolas como a irrigação, amostragens de bagas para avaliação, colheita diferenciada em função do vigor das plantas, caracterizar os vinhos produzidos e determinar a relação entre atributos do solo, planta e vinho.
O pesquisador Luís Henrique Bassoi diz que “a Agricultura de Precisão pode contribuir, de forma efetiva, na qualidade das uvas e do vinho brasileiro. Já realizamos experimentos em três safras na Serra da Mantiqueira, mas agora o desafio envolve uma região com alta temperatura durante o dia e mais baixa à noite, garantindo uma amplitude térmica desejável – a uma altitude de 750 metros – além de um solo com características diferentes, numa área dominada pela cana de açúcar”.
Fonte: Embrapa