A cadeia produtiva de óleo e gás do Rio Grande do Norte deve experimentar, nos próximos dois anos, uma nova curva de expansão dos negócios. A expectativa tem como base a previsão de investimentos na ordem de R$ 15 bilhões no setor, entre 2024 e 2026. O cenário, repleto de otimismo, foi apresentado no Café com Energia, projeto desenvolvido pelo Sebrae Rio Grande do Norte em parceria com a Redepetro RN.
Trata-se da segunda edição da iniciativa, realizada a cada dois meses para discutir temas relevantes do setor de óleo e gás, e que reuniu fornecedores de bens e serviços e operadoras nesta terça-feira (16), no Hotel Garbos, em Mossoró.
O otimismo se justifica porque, ainda de acordo com o estudo, boa parte dos investimentos previstos pelas grandes operadoras do setor estão no Rio Grande do Norte ou em estados vizinhos, fatores que favorecem o segmento no estado. Exemplo disso são os cerca de R$ 2 bilhões a serem investidos somente pelas operadoras privadas 3R e Petro Victory, em operações no solo potiguar até 2026.
Soma-se à lista de oportunidades elencadas no levantamento investimentos na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, com previsão de R$ 5 bilhões; outros R$ 3,4 bilhões, a partir da retomada de operações da Petrobras na Bahia, além da expansão de atividades no estado do Maranhão e do Amazonas, onde, somente a Petrobras, investirá R$ 3 bilhões.
Os dados, baseados em portfólios de grandes empresas do segmento, constam em levantamento da Vita Digital, e devem ampliar as oportunidades de novos negócios para empresas fornecedoras de bens e serviços potiguares.
Segundo Antônio Batista, responsável pela apresentação do estudo, os dados revelam ainda que as oportunidades estarão presentes, também, no descomissionamento, que é a desmontagem de estruturas exploratórias – nicho pouco explorado por empresas potiguares.
“Várias empresas estão com ativos a descomissionar. Esse mercado representa oportunidades que somam R$ 3 bilhões. Um mercado que muitas vezes nem está no radar das empresas fornecedoras, mas que devem ser levados em consideração. Sem considerar o futuro com a Margem Equatorial, com a Petrobras aqui na Bacia Potiguar. Ou seja, temos uma imensa janela de oportunidades no setor”, alerta.
Posição estratégica
Nesse cenário, empresas instaladas em Mossoró e região saem na frente, garante o especialista. Para ele, a vocação na exploração e produção de petróleo e gás, aliada à posição geográfica estratégica do município são pontos decisivos para que empresas locais se sobressaiam frente às oportunidades do mercado.
“Mossoró está muito próxima dessas regiões petrolíferas do Brasil e é muito privilegiada pela posição vocacional, pela grande atividade petrolífera, e está equidistante tanto para a região Sul do Brasil quanto para a região Norte. portanto, é imprescindível estar em Mossoró”, observa.
Direcionamento
Para o gestor do Projeto de Petróleo e Gás do Sebrae RN, Robson Matos, os números apresentados no Café com Energia são de extrema relevância. Eles nortearão os próximos passos da atuação do Sebrae junto aos fornecedores de bens e serviços da cadeia produtiva.
“Hoje tivemos uma excelente oportunidade de conhecer mais do cenário do setor de óleo e gás e, com base nas informações apresentadas às empresas, traçaremos ações mais eficazes de modo que essas oportunidades possam ser bem aproveitadas e a cadeia produtiva seja fortalecida. Assim, alcançamos o objetivo desse evento, que é aproximar empresas, apontar caminhos e fortalecer todo o setor”, frisa.
Presente ao evento, o presidente da Redepetro RN, Jose Nilo dos Santos, ressaltou a importância do evento como ferramenta de impulsionamento dos fornecedores de bens e serviços do setor de óleo e gás.
“Temos aqui uma oportunidade de discutir temas importantíssimos da cadeia produtiva e, a partir deles, entender melhor o funcionamento, as melhores alternativas para os negócios, e isso é muito salutar para o setor, para o crescimento das empresas”, observa.
O Café com Energia abordou ainda os temas de saúde e bem-estar nas empresas, com palestra de Luiz Felipe Bezerra (Innov) e contou com a apresentação institucional do Cluster Naval Tecnológico do Rio Grande do Norte, pelo secretário-executivo da associação, Daniel Penteado. A associação tem por objetivo atrair a iniciativa privada para a geração de negócios e a criação de um ecossistema de prosperidade.
