O projeto Leite & Genética, neste ano, deverá ultrapassar a marca de mais de R$ 1,4 milhão em investimentos para melhorar o padrão genético dos rebanhos e ampliar a produtividade dos bovinocultores potiguares. Desenvolvido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte e executado em parceria com o Instituto BioSistêmico (IBS), o programa vai atender ao longo deste ano 170 produtores, disponibilizando acompanhamento e Inseminação Artificial para reprodução de bovinos, destinados à produção, tanto de leite quanto de carne. Uma das vantagens da iniciativa é que cerca de 70% dos custos para a implementação das técnicas reprodutivas e preparo dos animais são subsidiados pelo Sebrae.
Neste semestre, o projeto atingiu um patamar significativo de impacto positivo nas propriedades beneficiadas em todo o estado. Já são cerca de 30 mil animais nascidos por meio do programa, que ajuda a multiplicar animais de alto padrão em curto prazo e uniformizar a qualidade e índice de produtividade de cada espécime.
“Esse número dá uma pequena demonstração do trabalho que vem sendo feito nos currais. Estamos completando 12 anos de transformações profundas nesse setor. O projeto ao longo desses anos vem fidelizado a relação do Sebrae com esses produtores e trabalhando constantemente a melhoria do perfil genético de seus rebanhos. Então esse é um número que nos anima muito. É muito gratificante para nós, do Sebrae, fazermos um trabalho que contribui decisivamente para desenvolver um setor tão importante para a economia do do Rio Grande do Norte, como é a pecuária, tanto de leite quanto de corte”, avalia o gestor do projeto Leite & Genética, Acácio Brito.
O projeto funciona a partir das adesões dos pecuaristas, que adquirem pacotes de inseminação e de sêmen, oriundo dos touros de alto padrão genético disponíveis no catálogo do projeto. É através da inseminação desse material simultaneamente em várias vacas preparadas para prenhez que o bovinocultor obtém resultados otimizados dos bezerros nascidos, multiplicando assim a quantidade de cabeças com melhor desempenho para corte e produção de leite. Todo o processo é acompanhado in loco pelas equipes de médicos veterinários do IBS direto na propriedade.
Segundo o gestor do projeto, Acácio Brito, ao longo de mais uma década, o programa vem fazendo uma revolução nos currais potiguares, ajudando o produtor a ter melhores ganhos mesmo em pequenas propriedades com poucos animais. A geração nascida do projeto tem excelentes índices de produtividade e animais premiados nacionalmente.
Das 170 adesões, a maioria contratou pacotes para rebanho leiteiro. Somente 38 produtores optaram pelo bloco de inseminação em raças de corte. Deverão ser realizadas no total quase 6 mil inseminações até o fim do ano, além dos pacotes de atendimento e visitas técnicas. Esse pacote de serviços é quando o bovinocultor contrata apenas o diagnóstico da estação sem incluir os protocolos de inseminação artificial integrados.
De acordo com Acácio Brito, o valor investido esse ano no projeto será de R$ 1,4 milhão, sendo R$ 982 mil só em contrapartida do Sebrae, que subsidia até 70% do valor cobrado contratado. Os 30% restantes fica por conta do produtor. “O projeto atua com foco no atendimento especializado no suporte à reprodução e também no manejo dos animais. O cliente escolhe o número de visitas que quer receber e a quantidade de inseminações que serão desenvolvidas na sua propriedade”, explica o gestor. Sobre a marca dos 30 mil animais nascidos, Acácio Brito considera um marco para a bovinocultura do estado.
Aprovado pelos bovinocultores
O agropecuarista Matheus França, administrador da Agropecuária J. França, no município de Touros, há 79 quilômetros de Natal, já produziu cerca de 50 animais da raça Sindi através do Projeto Leite & Genética. Trata-se de uma raça de dupla aptidão, tanto para corte como a produção de leite. Matheus destacou o touro Herói Bompasto, que consagrou-se em 2017 o grande campeão nacional e passou vários anos com a venda de sêmen na Central Alta Genética, em Uberaba/ MG. Inclusive, esse touro fez parte de dois grandes criatórios de referência da pecuária brasileira: Sindi Camparino e Sindi OT.
“Temos ainda a matriz Querência FIV J França, que atualmente é uma doadora que é destaque e foi campeã nacional com a venda de prenhez em leilões Brasil afora. Além da Maravilha J França, que é uma das principais vacas da raça Sindi no Brasil e o Shogun FIV J França, que é um touro que foi campeão de prova de ganho de peso e muito premiado em exposições. Inclusive vem com a produção bem acima da média”, conta o produtor Matheus França.
Na avaliação de Matheus França, o projeto Leite & Genética contribuiu bastante para o melhoramento genético do rebanho bovino do Rio Grande do Norte. “Graças à nossa participação no projeto, tivemos excelentes ganhos na qualidade do nosso rebanho. Acho que todos os produtores devem abrir as porteiras para esse programa do Sebrae, que sem dúvida alguma, vem mudando para melhor a genética do nosso rebanho, independente de raça”, recomenda, destacando a competência da equipe de técnicos que trabalham com a inseminação e fertilização in vitro (FIV).
