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Sete em cada 10 estudantes de cursos técnicos conseguem emprego

Foto: Divulgação

Sete em cada 10 estudantes de cursos técnicos no Brasil estão empregados e conquistaram aumento de, em média, 22% na renda a partir da qualificação. A taxa de ocupação da categoria no mercado de trabalho também segue em expansão este ano, com oportunidades para homens e mulheres em setores pujantes, como o de energia eólica, liderado nacionalmente pelo Rio Grande do Norte, e o de energia solar.

O cenário foi apresentado na sexta-feira (18) pelo instrutor de educação e tecnologias do Senai-RN, Tiago Castro, na palestra “Formação técnica e os caminhos da empregabilidade”, parte da programação do I Seminário dos Técnicos Industriais do Estado (I SETIRN). O evento, promovido pelo Conselho Regional dos Técnicos Industriais do RN, (CRT-RN), foi realizado na Casa da Indústria e reuniu durante dois dias profissionais e estudantes da área.

Apenas no Senai do Rio Grande do Norte há, em média, duas mil pessoas em formação em cursos técnicos. O número inclui estudantes em áreas como eletrotécnica, mecânica, refrigeração e climatização, sistema de energia renovável, segurança do trabalho, automação industrial, modelagem do vestuário e, por exemplo, especializações técnicas em energia eólica e sistemas fotovoltaicos, os sistemas que geram energia solar.

Castro, instrutor de Educação e Tecnologias do Senai-RN há 12 anos, técnico em Automação, Engenheiro Eletricista, especialista em Engenharia Elétrica, em Engenharia de Controle e Automação e em Neurociências, com mestrado em andamento em Neuroengenharia, mostrou na palestra um raio-x das possibilidades na atividade, ressaltando que as oportunidades existem para atuação em diversos campos.

A taxa de ocupação de profissionais de nível técnico, disse ele, passou de 72,6%, entre os anos 2017 e 2019, para 76,3% de 2019 a 2022, e “cresce anualmente mesmo em um período conturbado como a pandemia”. Os dados fazem parte de pesquisa nacional do SENAI, com aproximadamente 50 mil participantes.

Para quem ainda busca uma vaga no mercado, a formação, segundo o instrutor, também é encarada como impulso para abrir portas. “Para pessoas mais jovens, que representam a maior faixa de desempregados, essa qualificação pode ajudar a conseguir o primeiro emprego”, exemplificou na palestra.

O perfil de quem busca a qualificação técnica é variado e engloba também profissionais que já estão em campo. “Há estudantes que já estão trabalhando e precisam da formação para melhorar a faixa salarial, para assinar projetos ou para ascender na carreira de outras formas”, complementou Rubia Lahm, coordenadora de Educação do Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do Senai-RN, complexo que engloba, em Natal, o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), os Centros do Senai voltados à moda, alimentos (Senai/Clóvis Motta) e à construção civil (Senai/Flávio Azevedo).

O índice de empregabilidade na área, reforça ela, é alto e parte dos profissionais entram no mercado mesmo antes da formação, como estagiários/as normalmente depois efetivados/as nas empresas.

Projeto incentiva formação técnica de mulheres
Ações do SENAI-RN, afirma Tiago Castro, também buscam incentivar as mulheres a procurarem a qualificação técnica, e a entrarem em atividades como a de energia, onde ainda há predominância de homens. Ele se refere a projetos como o Interligadas, que tem como uma das metas, até o final de 2023, elevar de 7% para 20% o número de mulheres em cursos de formação profissional técnica – a porta de entrada profissional para o setor de energia – nos SENAIs do país e nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs).

As ações do projeto no Brasil começaram pelo CTGAS-ER, no Rio Grande do Norte, referência no país na formação profissional para energias e centro de excelência que está desenvolvendo, com a Alemanha, soluções de educação para profissionais que atuarão na cadeia produtiva do hidrogênio verde.

Iniciativas que o Centro intensifica desde o ano passado para ampliar a presença feminina no setor elétrico foram premiadas pelo SENAI Nacional este ano como boas práticas em gestão escolar.

A adesão ao Interligadas foi incorporada à estratégia e resultou na concessão de uma série de estímulos para meninas que estudam no SENAI e em escolas públicas enxergarem profissões tecnológicas também como possibilidade. “Os eventos que temos promovido têm feito a diferença para que as meninas visualizem as oportunidades, quando muitas vezes elas ainda não conseguem entender aonde podem chegar”, disse Rubia Lahm.

O projeto (@interligadas_er, no Instagram) foi lançado este ano como iniciativa da Rede de Mulheres na Energia Solar (MESol), em conjunto com o Projeto Profissionais do Futuro – desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da agência alemã GIZ.

Uma série de eventos foi realizada em Natal na semana passada como parte da iniciativa, incluindo o minicurso de sensibilização “Promover a presença de mulheres na área de energias renováveis”, voltado a profissionais de educação do SENAI do Rio Grande do Norte, do IFRN e de escolas estaduais, e o Meninas em Ação, que possibilitou a dezenas de meninas de escolas públicas um mergulho nos caminhos que o setor de energia oferece, a participação em desafios tecnológicos e o acesso a incentivos como bolsas de estudo para cursos técnicos.

Tribuna do Norte

Postado em 21 de novembro de 2022

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